24 novembro 2010

Em Dia de Bilhete Único, Uma Singela Declaração de Amor...

É uma pena que a "Minha Vida Eco-Chic" nem sempre possa ser vivenciada com minha fiel companheira, a LadyBike.
Sempre que tenho de deixá-la penduradinha na garagem e saio a pé, de ônibus ou metrô, me sinto como um pobre cônjuge apaixonado, forçado à infidelidade por razões que lhe fogem ao controle. E aí, qualquer prazer que possa advir de tais aventuras é triste e culpado e, portanto, menos desejado.
Há um tempo atrás, alguém (que certamente já sabia que tive dois casamentos que acabaram em divórcio) me perguntou, na minha página do Formspring, se me casaria de novo e eu respondi que não sabia, que estava feliz com minha bicicleta e que a LadyBike me completava.
Apesar do tom brincalhão da resposta (lembrando a piada do "não sei se caso ou se compro uma bicicleta") a resposta para mim faz muito sentido, por mais louco que possa parecer.
É lógico que uma bicicleta não substitui um ser humano, não tem o mesmo calor e não é capaz de retribuir o seu afeto, mas, por outro lado, é uma companheira fiel, obediente, que me proporciona muito prazer (com 100% de aproveitamento, média que a maioria dos homens não iguala), não pede nada em troca, não quer discutir a relação, não tem ciúmes e nem duvida que você lhe seja fiel. Hehehe...
Agora, falando sério: desde que comecei a usar a bicicleta no meu dia-a-dia, minha vida deu uma guinada. E das boas, verdade seja dita! Com a ajuda da bike, eu já reduzi a lista de remédios anti-depressivos pela metade (u-huuuu!), descobri uma autoestima que nunca soube identificar antes, tenho mais autoconfiança, fiz novos amigos (que, numa situação normal, não conheceria) e sei que sou querida por ser quem eu sou, sem precisar fazer tipo ou pose.
Agora eu pergunto: que outro tipo de relacionamento lhe dá tantas vantagens assim?
Além disso, tenho a certeza de que, ao montar na minha bike e ganhar as ruas, meu rosto vai se iluminar com um sorriso, e isso é algo que não tem preço.
Por isso hoje o dia não foi completo. Não que eu não tenha cumprido uma agenda repleta, mas o fiz sem a bicicleta, usando o meu outro companheiro (este não tão prazeiroso): o Bilhete Único.
De manhã, levei meu filho à terapia. Tudo bem, gente, é assim mesmo: família com muito artista dá nisso... é um preço a se pagar.
Depois, à tarde, a fim de reduzir as minhas emissões de CO2, levei pessoalmente (e a pé) algumas notas fiscais que geralmente mandaria por motoboy, até a agência dos Correios na João Moura, a umas três quadras de casa. De lá, seguindo as instruções do Google Maps, peguei o ônibus 6232-10 - Metrô Barra Funda, na Teodoro Sampaio, que me deixou em frente ao consultório da minha dermatologista, Renata Mittelmann Tkacz, que além de ser uma fofa é megacompetente e cuida das minhas rugas, alergias e outras questões relativas "à pêle", como diria minha amiga Silvana, imitando a Ala Szerman (do finado programa "TV Mulher"). Hehehe. Piadinha para iniciadas (ou velhas, como eu).
Mas, resumindo: vejam como minha vida é mesmo Eco-Chic: eu vou (e volto) de ônibus à consulta com uma dermatologista que é top, cujo consultório - chiquérrimo - fica numa rua bacana do Pacaembu.
Gente, eu nasci para a riqueza e o esplendor! Mas, por enquanto, só estou esbanjando no quesito bom humor.
Beijokas da Fernanda.
Desenhando na sala de espera da terapeuta do meu filho.
Frase da semana. Para refletir ou chorar, se necessário...
Começo da minha rota a pé, rumo aos Correios. "Eu reciclo. E você?". Super Eco-Chic!
Um pouco mais adiante, a crítica social já fica mais pesada.
Vejo flores em você, em mim... e aonde quer que eu vá.
A sandália perfeita para pedalar não se saiu muito bem no teste da caminhada. Rolaram umas bolhas nos dedos...
Zezão demarcando a área. Estilo único, baita artista!
"Eu acho que vi um passarinho amarelinho"
"Ó, não! Eu acho que vi uma piranha!"
O estacionamento da João Moura ficou bem mais feliz com o graffitti.
Entrada do Buttina, um dos meus restaurantes favoritos. Não seria ótimo se as pessoas, assim como os estabelecimentos comerciais, sinalizassem quando estão abertas ou fechadas?
Detalhe mimoso, ainda na João Moura, num restaurante novo.
Na Teodoro Sampaio, a coincidência: loteria ao lado da luthieria.
Na Praça Charles Müller: monster attack!
O consultório da minha dermatologista é todo zen...
...com direito a laguinho com carpas e fonte. :)
O companheiro de busão tatuou sua ego-trip no braço. Que meu filho não se anime a fazer o mesmo em alguns anos...pela hóstia!

4 comentários:

Lili Chiurco disse...

Fernanda, que consultório mais fofo, todo lindo!
Sorte com as bolhas nos pés!
Beijos
Lili

Fernanda Guedes disse...

Ah, as bolhas... pioraram um pouco hoje, depois das compras do mês!
:)

Nino Coutinho disse...

Putz, eu, como músico que morou dois anos em SP, claro que cansei de subir a Teodoro, e nunca reparei nessa coincidência da oficina do Régis do lado da lotérica! Bem sacado!!

Adoro também suas leituras das artes urbanas e, nossa, MORARIA naquele consultório!!

Não sei como vcs mulheres aguentam essas sandálias. Sapato pra mim já é um martírio; aliás, não gosto nem de chinelo pra andar. Pois acho q nunca inventaram nada melhor do q um bom par de tênis!

Curiosidade: vc pediu pra fotografar o braço do cara? Eu morro de vergonha de fazer essas coisas, mas e a vontade???

Fernanda Guedes disse...

Nino, eu e minha cara-de-pau pedimos gentilmente para fotografar o braço do rapaz, com a desculpa que meu filho também se chama Guilherme. Também sou tímida e morro de vergonha de pedir essas coisas, mas não pude deixar a oportunidade passar.
Da próxima vez que vier a São Paulo, convido-o para um sorvete.
Bjks
F