23 outubro 2010

Dentista + Radiografia + Videolocadora + Padaria

Se tem uma coisa que eu nunca vou entender nesta cidade é o clima. Como pode num dia termos céu azul, sol lascado e um baita calor de 33 graus, e apenas algumas horas depois, o dia amanhecer friorento e com garôa? E, pior, quando temos as 4 estações do ano num só dia? Coisas que só mesmo aqui, em São Paulo!
Ontem foi um delicioso dia de primavera, meio abafado, devo admitir, com um céu muito azul, quase sem nuvens. Hoje o que vejo pela janela não é nada animador: uma garôa fininha cai lá fora. Daquele tipo que não chega a justificar abrir-se um guarda-chuvas, mas que, se não o fizermos, acabaremos molhados em algum momento.
Ainda bem que aproveitei bem o dia de ontem, pois a previsão para o final de semana não é das mais animadoras.
Ontem fui novamente ao consultório da minha dentista de longa data, a Marisa (fofa!) Securato e tive uma péssima notícia, que aliás, eu já temia receber: aquele meu dente que se quebrou com uma inocente semente de linhaça, ou quinoa ou outro grão qualquer vai ter que ser extraído e terei que fazer um implante, pois a fratura atingiu a raiz e o dente não se recuperou só com a "colinha superbonder" que ela aplicou.
Valeu a tentativa, no entanto. Se tivesse dado certo, eu pouparia não só um bom dinheiro, como também um longo processo que, por mais que a odontologia tenha avançado nos últimos anos, ainda é traumático. Me lembro até hoje da terrível sensação que tive quando extraí dois cisos. E olha que isso já faz muuuuitos anos...
Enfim, eu confio muito na opinião da Marisa e sei que ela fará o possível para que tudo seja feito da melhor maneira possível.
A pior notícia ela já me deu logo de cara: após a extração, não vou poder andar de bicicleta por dois dias. Putz! Isso para mim é como ouvir uma sentença de aprisionamento. Dois dias? Inteirinhos? Ó, céus... Tudo por causa de um pão de cereais...
Mas chega de lamentações!
Depois de sair da consulta ainda dei uma paradinha algumas quadras adiante para tirar uma radiografia panorâmica num aparelhão que parecia coisa de ficção científica. Na clínica não havia lugar para parar a bicicleta, isso já era de se esperar, mas me deixaram colocar a LadyBike bem perto da porta da recepção, onde ela ficou sendo vigiada por dois menininhos muito curiosos.
Muita gente me pergunta se eu vou continuar andando toda arrumada mesmo no calor. Ontem foi um bom dia para fazer uma avaliação de figurino. Para não dizerem que nunca usei uma legging, resolvi colocar uma por baixo de um vestido tipo kimono que comprei em Nova York. Ele tem uma estampa lindíssima, mas o tecido é quente pra diabo! Quando estava prestes a cruzar a avenida Europa, em frente ao Mube, minha ideia fixa era "cometer" um strip-tease. Por baixo daquele kimono (que deve ser 100% poliéster) eu suava como raras vezes suei na minha vida.
Subir a Henrique Schaumann às 17h, em pleno horário de verão só ajudou a piorar o calor, e minha cabeça fervia debaixo do capacete. Comecei a sonhar com o vento soprando minhas madeixas livremente, minha cabeça balançando em câmera lenta como num comercial de xampú.
Quando, depois de mais uma "subidinha" (desta vez da Cristiano Viana) cheguei finalmente ao ar condicionado da Premiere Video, achei que havia encontrado o paraíso. Doce ilusão! Ao parar, meu corpo entrou em combustão e eu suava como se estivesse numa sauna. Escolhi rapidinho alguns filmes para o final de semana e saí de lá sem capacete, sem luva, levantando o vestido descaradamente para que o ventinho entrasse por baixo e refrescasse minha barriga e costas. Claro que fiz tudo isso com muito charme, lembrem-se da câmera lenta, dos comerciais de xampú... Eu jamais daria uma de esbaforida em público. Minha mãe sempre diz que, desde pequena, eu morro dura mas não perco a pose. Hehehe.
Minha única concessão à um padrão menos glamuroso foi parar na padaria da esquina e tomar uma água com gás numa das mesinhas que eles têm na calçada. Eu odeio aquela padaria, morro de nojo das coisas que são feitas lá, principalmente o frango assado de domingo, mas ontem eu sabia que, se não fizesse aquela pausa ali, provavelmente não chegaria inteira em casa. E olha que eu estava na esquina... Mas a hora que a água chegou, geladinha e que eu a sorvi num copo americano Nadir Figueiredo legítimo, me senti na Côte D'Azur, bebericando champanhe no convés de um iate.
Deus abençoe a minha imaginação fértil e o meu superpoder de teletransporte!
Beijokas da Fernanda.

Morro de medo dessas caras que saem das paredes do cemitério!
A Henrique Schaumann quase vazia numa sexta-feira? Tsc, a alegria durou pouco!
Cruzando a 9 de julho, pronta para enfrentar a João Cachoeira.
LadyBike "ornando" o hall de entrada do consultório.
Dra. Marisa, eu e meu vestido-kimono infernal.
Tabapuã, 16h. O calor que sai dos carros é inenarrável.
 Atrás da vidraça, um dos garotos que ficou de olho na LadyBike.
Foi exatamente aqui que eu pensei em tirar a roupa.
O calor estava me fazendo ter dupla visão? Nas ruas, cada carro é uma bola de fogo.
A LadyBike ficou na sombra, mas eu continuei queimando.
Repita comigo: "Você está num iate, bebendo champanhe..."
Morro dura, mas não perco a pose. ;)

2 comentários:

Luiz Dranger disse...

Quer saber. Frio ou calor não fazem a menor diferença quando voce é chic. Saia como quiser que a expressão do rosto é processada por todos. Quando voce é chic, é chic e ponto final. A roupa para andar de bike tanto faz, como voce sentir-se mais confortável e adequado ao lugar que vai. Pedalo de calça jeans a maior parte do tempo, as vezes de paletó e gravata quando é necessário. Se for uma reunião descontraída posso usar aquelas bermudas com muitos bolsos. Tento adequar a vestimenta ao que quero levar. Detesto pochetes e mochilas.
Ainda tenho que desenvolver uma bolsa p/prender no bagageiro que quebrará o galho. Estamos em evolução.
Bj

Fernanda Guedes disse...

Bora criar uma linha de acessórios chic!
;)