07 dezembro 2010

O teste da sandália-pechincha x LadyBike.

Ontem eu fui ao Shopping Bourbon Pompéia para trocar uma bóia que havia comprado para usar na piscina e que já veio furada (baita decepção!). Enfim, fui lá porque meu filho também precisava urgentemente de sungas novas pois, além de perder algumas delas na escola de natação, as que sobraram estão como um filtro de papel Melitta. Mais um mergulho e elas se desmanchariam, deixando o bumbum dele de fora. Então, com essas duas necessidades tipo urgentes/urgentíssimas lá fui eu - de ônibus - para o shopping.
Chegando na Centauro, uma surpresa: eles não trabalham com bóias naquela loja, só as de braço, para bebês. A que a minha amiga Eliana, numa de suas idas ao shopping West Plaza, gentilmente comprou para mim (um colchão com travesseiro e lugar para apoiar o copo, no melhor estilo magnata de Hollywood) não era vendida na loja do Bourbon. Vai entender... A loja é a mesma, mas as mercadorias variam. OK, não era isso que ia me estragar a tarde, ainda mais porque eu estava planejando tomar um frozen yogurt tão logo acabasse minhas tarefas.
Agora um parênteses: sou contra comprar roupas caras para crianças. Principalmente se crescem como bolinhos no forno, que é o caso do Gui. Então fui direto na C&A para ver se achava umas sungas com precinho bom. Achei-as e comprei-as. Mas também achei uma pechincha ma-ra-vi-lho-sa: uma sandália de couro, cor de vinho (Merlot, bien sur), com um salto ginórmico por míseros R$ 59,80. Impossível resistir e, para falar a verdade, eu também não tentei muito. Me entreguei alegremente ao deleite do consumo, coisa que ando fazendo muito raramente nos últimos tempos e que, talvez por isso, teve um sabor ainda mais doce.
Outro parênteses: eu decidi há algum tempo atrás não comprar mais roupas e/ou calçados que não fossem apropriados para andar de bicicleta. Mas, como tudo na vida, há exceções. E, fala sério... R$ 59,80? Se eu deixasse a sandália lá certamente ia ter pesadelos durante meses e o arrependimento ia encher de fel minha alma geralmente tão doce... Além do mais, eu só teria certeza se ela era boa ou não testando, certo?
E foi o que fiz hoje, quando peguei minha LadyBike para ir à terapia, em Perdizes. Já na garagem, o pé resvalou no pedal e eu percebi que a coisa não ia rolar macio. Mas, como sou teimosa (e estava em cima da hora) não subi para trocar de sandália, não. Pensei comigo mesma: tenho que ter cuidado redobrado e é só. E até certo ponto foi isso mesmo. Fui pedalando bem devagar, firmando bem os pés.
Eu sempre digo que pedalar de salto não tem muito segredo, pois a parte do pé que se apóia no pedal é exatamente a mesma que você usa estando de tênis, rasteirinha ou chinelo. Mas existe aquilo que eu chamo de "triângulo das bermudas" do salto alto que geralmente acontece nas sandálias que têm meia plataforma, como esta de hoje. Esse local perigoso e escorregadio fica no vão entre o salto e o apoio do pé, que é justamente para onde o pedal resvala, causando a problemática sem solucionática.
Estava eu, toda cuidadosa, pedalando na Avenida Sumaré, quando começou a chover. A-ha! Desta vez você não me pegou desprevenida, chuva de verão! Saquei rapidamente minha capa recém adquirida na Centauro (naquela troca da bóia, lembra?) e saí toda serelepe com minha capa plástica, tipo poncho, azul marinho. Eu estava me achando a tal, mas a sensação não durou nem duas quadras. Por baixo daquele plástico todo eu comecei a suar pra caramba! Aquilo tinha virado uma sauna úmida só que sem o cheirinho de eucalipto para aliviar. Resultado: cheguei no consultório da terapeuta descabelada, suada e com a língua de fora. Se, ao invés de vestir a capa, eu tivesse tomado aquela chuva (que nem estava tão forte assim) teria chegado molhada, mas fresquinha. Mas tudo bem: foi mais uma lição aprendida. Nada como o bom e velho "test drive" para se ver o que funciona mesmo e o que só é legal na teoria. Acho que no caso das capas de chuva, se não estiver chovendo muito e fazendo frio, é melhor começar a cantarolar "Singing in the rain" e desencanar. Afinal, como já disse aqui algumas vezes, sou um doce, mas não derreto. ;-)
Resumo da ópera: a sandália nova vai ficar só mesmo para andar a pé e a capa de chuva só entrará em ação nas chuvas mais fortes e se estiver frio.
Na volta para casa, parei na papelaria para comprar um novo sketchbook, já que o antigo acabou há mais de uma semana. Estava lá remexendo nos caderninhos quando entra um cara vestido com uma camiseta com aquele logo "um carro a menos", acompanhado de uma linda menininha que deveria ser filha dele, eu acho. Bem, ele aponta para mim e fala: "essa aí é a chic". Pausa para o enrubescimento facial. Vocês podem não acreditar, mas eu sou tímida pra caramba, fiquei super sem jeito, com aquele sorrisinho tremulante nos lábios e cara de quem não tem onde enfiar as mãos. Sabe aquela história do "palhaço da turma" que faz piada para distrair a atenção e não para atrair atenção? Pois é, sou eu. Enfim, onde é que eu estava mesmo? Sim, o cara que me apontou na papelaria. Haha, apontou na papelaria, parece frase de duplo sentido, mas não é. Vixe, hoje eu estou viajandona.
Voltando ao assunto, incorporei a celebrity, sorri simpaticamente e em alguns minutos já estávamos papeando alegremente. Ele me perguntou se eu conhecia a Verônica (das Pedalinas) e eu disse que sim, mas na verdade acho que só conheço pelo Twitter e não pessoalmente, mas acaba dando no mesmo. Hoje em dia o mundo virtual e o real estão muito misturados... Pronto, viajei de novo! Estou com síndrome de déficit de atenção hoje, está difícil me concentrar.
Voltando ao papo com o cara... ele mostrou para a menina que eu andava de salto e eu aproveitei para fazer a minha propaganda básica, tipo "pedala sim, que é legal", "você vai gostar, ficar mais feliz" e etc. Eu sempre falo isso para as pessoas que conversam comigo porque acredito. É mais ou menos aquele crente que levanta a mão no meio do culto e pede para dar o seu testemunho. Acho importante que as pessoas saibam o bem que a bicicleta fez para mim. E que, assim como me ajudou numa fase difícil, pode ser boa para qualquer um que esteja disposto a mudar o estilo de vida, meio de transporte ou simplesmente achar uma nova diversão para os finais de semana. Aleluia!
Antes de se despedir, ele demonstrou uma certa preocupação por eu ter deixado várias coisas na LadyBike, parada lá fora, mas eu ando numa fase de querer confiar na raça humana, sabe? Até que se prove o contrário, o ser humano é bom e não vai roubar um guarda-chuvas e umas lanterninhas! E olha que eu estou com essa fé toda depois que roubaram meu kit de ferramentas aqui dentro da minha própria garagem. Sou ou não sou uma Pollyanna?
Beijokas da Fernanda.


Sandalinha BBB: boa,bonita e barata! :-D
Como disse a minha terapeuta, Olga, eu estava colorida hoje.
Atravessando a Av. Paulo VI, pausa para um "flash".
Na hora da chuva, pondo a capa pra testar.
De dentro da papelaria eu vigiava a LadyBike. Um olho no peixe e outro no gato.
Rindo sozinha, sim, e daí? Sou louca, mas pago minhas contas em dia.
Caramba, essa blusa pink me deixa muito exibida... ;-P
Olha aí a sandália dando um trabalhão na ciclovia da Sumaré.
Pausa para apreciar a primavera.
Outra pausa, para apreciar o graffitti na frente...
... do lado...
... e atrás.
Garaaaaaaaaagem, aqui me tens de regresso...

8 comentários:

Luciana Bacelar disse...

um dia eu ainda uso um salto assim, mas não é por casa da bicicleta não. sou muito alta, se coloco um salto desse fico parecendo um travesti....hahah

::Fer:: disse...

Tá chiquérrima!

Fernanda Guedes disse...

Ah, Luciana, eu também já sou alta (tenho 1,75cm), mas não dispenso o saltão. Às vezes fico tão alta que dá pra sentir a camada de ozônio, hahahahaha. E não ligue se você ficar parecendo um travesti. A Claudia Raia sofre desse mesmo mal e taí, toda, toda!
;)

Obrigada, xará, eu me esforço para não desapontar os fãs, hehehe.
;)

Lili Chiurco disse...

Linda a sandália! Combinou com o look e ficou uma graça, adorei!

Beijos

Babel das Artes disse...

Todo o percurso colorido combinou contigo. A primavera, o grafite... nada como um post chic feito pela chic. adoramos, gata.

bj, Sandra e Chico
PS: Gustavo Duarte lança o TAXI em João Pessoa, PB. Esperamos vc.

Anônimo disse...

Te acho muito estilosa! Mas tenho uma pergunta: você já consultou um ortopedista pra saber se "tudo bem" pedalar de salto? Acho lindo, mas não sei não... Já experimentou a sapatilha de bike? Tem umas bem bonitas.
Felicidades.

Fernanda Guedes disse...

Lili, Chico e Sandra:
Obrigada pelos elogios. Vocês me incentivam muito.
Bjks
F

Anônimo,
Eu não gosto muito de "moda esportiva" e menos ainda de sapatilha. Vivo montada no salto alto, seja andando, seja pedalando. É claro que os ortopedistas são contra o uso diário de salto alto. Mas vc acha mesmo que eu ligo?
;-)
F

Anônimo disse...

Só esclarecendo: a sapatilha a que me referi é tipo um tênis que encaixa no pedal da bike, dando estabilidade e melhorando a performance. Foi só uma sugestão.