Ilustração: Edwin Fotheringham |
É como se você estivesse chegando de carro: para na porta do bar, desce e entrega a "chave" para o manobrista - no caso, a bicicleta inteira. Ele sobe na bike e vai estacionar para você, não sem antes entregar um papelzinho, que deve ser validado ou pago na saída para recebê-la na hora de ir embora.
Na night.
É o que acontece na Cervejaria Nacional, bar inaugurado no ano passado em Pinheiros, na zona oeste da capital, onde o serviço foi lançado há poucos meses. Lá, enquanto o motorista paga R$ 15 para deixar o carro no valet, o ciclista paga apenas R$ 5. Por causa do serviço exclusivo, acabou virando "point" de passeios noturnos de ciclistas.
O único problema é controlar a quantidade de chopes ingeridos para poder guiar a bicicleta depois. "Tem de controlar a dose. Duas cervejas, para mim, é o suficiente. A partir daí, fica arriscado", diz o empresário Ricardo Maskalenka, de 37 anos, frequentador do bar. Antes do valet, ele tinha uma só alternativa: amarrava a bike no poste.
A lei seca ainda não pega quem anda de bicicleta após beber, mas, para Maskalenka, nem é necessário. "Bicicleta é outra onda, não tem motor, o motor é o pé. Andamos em velocidade baixa, somos quase pedestres", defende o empresário.
No cafezinho.
Grande parte da "clientela ciclista" do Octavio Café, no Itaim-Bibi, zona sul de São Paulo, é de gente que está voltando de parques (o do Ibirapuera ou o do Povo, os mais próximos dali) ou que usa a Ciclofaixa de Lazer da Avenida Brigadeiro Faria Lima aos domingos.
Lá, o serviço de valet para bike também funciona. "Se um motorista pode ter a mordomia do valet, por que o ciclista não? Essa moda deveria pegar em shoppings também", afirma o técnico em Informática Felipe Vieira, de 28 anos.
No Octavio Café, o valet é gratuito para quem consome algo e carimba o tíquete do "estacionamento" na hora de pagar a conta.
Em eventos.
De tanto se queixar da falta de infraestrutura quando ia aos lugares da cidade de bike, Eduardo Grigoletto, de 39 anos, transformou o problema em negócio. Ele é um dos sócios da Ciclomídia, empresa que oferece serviço de valet para bikes em grandes eventos, como shows e jogos de futebol. Recentemente, montou a estrutura na Bienal de Arquitetura de São Paulo e em um encontro na Casa das Rosas, na Avenida Paulista.
Grigoletto e a sua equipe não só estacionam a bike alheia como guardam todos os acessórios que o ciclista carrega, como capacete, mochila e luzes de sinalização. "Não precisa ficar carregando na mochila toda a tralha. Você deixa suas coisas, a gente faz um inventário de tudo e dá um tíquete com seu número", explica o empresário.
"Nem precisa se preocupar com o cadeado", garante Grigoletto. Ele conta que o serviço geralmente é gratuito para o usuário final e é pago pela organização do evento ou patrocinadores da festa.
Reportagem de NATALY COSTA - O Estado de S.Paulo
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