17 julho 2011

Duras verdades sobre a poluição do plástico.


A artista Dianna Cohen compartilha algumas duras verdades sobre a poluição do plástico no oceano e em nossas vidas -- e algumas ideias sobre como nos livrar da espiral plástica.
Se o seu Inglês está enferrujado ou você prefere assistir a versão com legendas em português, clique aqui ou leia a íntegra abaixo.
Via: TED


"Sou uma artista visual, e também uma das co-fundadoras da Coalizão Poluição do Plástico. Tenho trabalhado com sacos plásticos, os quais recorto e costuro como matéria-prima básica do meu trabalho nos últimos 20 anos. Os transformo em peças de duas -- e três dimensões e esculturas e instalações. Tendo trabalhado com plástico, após os primeiros oito anos, alguns dos meu trabalhos começaram a rachar e a quebrar em pequenos pedaços de plástico. E pensei, "Ótimo. É efêmero como nós."
Após me educar um pouco mais sobre plásticos, na verdade percebi que era uma coisa ruim. É ruim que o plástico se quebre em pedacinhos menores, porque continua sendo plástico. E o que estamos descobrindo é que há um monte dele no ambiente marinho. Então, nos últimos anos, aprendi sobre a mancha de lixo no Pacífico e a espiral. E minha reação inicial – e penso que seja a reação de muitas pessoas quando aprendem sobre isso -- é, "Oh meu Deus! Temos que ir lá e limpar essa coisa." Na verdade desenvolvi uma proposta de partir com um navio cargueiro e dois navios pesqueiros disponíveis, um guindaste, uma cortadora e uma máquina de moldagem a frio. Minha intenção era ir até a espiral, atrair atenção sobre este problema, e começar a recolher o plástico, cortá-lo em pedacinhos e moldá-lo a frio em tijolos que poderiam ser usados como material de construção em comunidades subdesenvolvidas.
Comecei a falar com pessoas que de fato tinham ido até a espiral e estudaram o problema do plástico no ambiente marinho, e tendo feito isso, percebi que na verdade a limpeza seria uma pequena gota no oceano, em relação a quanto é gerado todos os dias ao redor do mundo, e que na verdade eu precisava recuar e olhar todo o cenário. E o cenário é: precisamos encontrar um modo de fechar a torneira. Precisamos conter a corrente de plásticos descartáveis e de único uso, que estão entrando no ambiente marinho todos os dias em escala global.
Em vista disso, também percebi que estava ficando furiosa. Não estava apenas preocupada com o plástico que vocês tentam imaginar no meio do Oceano Pacífico... do qual aprendi que existem agora 11 espirais, prováveis, de plástico nos cinco maiores oceanos do mundo. Não é só apenas com a espiral de plástico que estou preocupada, é com a espiral de plástico no supermercado. Vou ao supermercado, e toda minha comida é embalada em plástico. Todas as minhas bebidas são embaladas em plástico, até mesmo nas lojas de produtos naturais. Também me preocupa o plástico no refrigerador, e me preocupa o plástico e as toxinas que passam do plástico para nós e nossos corpos.
Então me juntei com um grupo de outras pessoas que examinam esse problema, e criamos a Coalizão Poluição do Plástico. Temos muitas iniciativas em que trabalhamos, mas algumas delas são bem básicas. Uma é: se 80 a 90 por cento do que encontramos no oceano – dos detritos marinhos que encontramos no oceano -- é plástico, então por que não dar o nome correto? É poluição plástica. Reciclagem. Todo mundo que termina seus livros sobre sustentabilidade e meio-ambiente com a ideia de reciclagem. Você coloca algo em um saco, e não precisa mais pensar nisso de novo. Qual é a realidade disso? Nos Estados Unidos, menos que sete por cento dos plásticos são reciclados. E se você olhar com atenção, particularmente no que se refere às garrafas plásticas, a maior parte é somente despedaçada, ou incinerada, ou enviada para a China. É despedaçada e transformada em coisas menores, enquanto que uma garrafa de vidro pode ser ainda uma garrafa, ou ser usada de novo, uma garrafa plástica jamais poderá ser uma garrafa de novo.
Este é um grande problema para nós. Uma outra coisa que estamos estudando e pedindo as pessoas para refletir é sobre adicionar um quarto R antes dos três R's de Reduzir, Reutilizar, Reciclar, que seria recusar. Sempre que possível, recusar plásticos de uso único ou descartáveis. Alternativas existem. Algumas delas são bem antigas. Eu mesma coleciono agora esses potes bacanas da Pyrex e os uso ao invés dos potes tipo Tupperware para guardar comida. E eu sei que estou prestando um serviço a mim mesma e à minha família. É muito fácil comprar uma garrafa de aço inoxidável, ou de vidro, se você está viajando e esqueceu de trazer a sua garrafa de metal – e enchê-la com água, ou água filtrada, ao invés de comprar uma garrafa plástica.
Acho que o que quero dizer a todos aqui – e sei que vocês sabem muito sobre esse assunto – é que este é um grande problema nos oceanos, mas é um problema que criamos como consumidores e que podemos resolver. Podemos resolvê-lo criando consciência do problema e ensinando as pessoas a escolher alternativas. Sempre que possível, escolher alternativas ao plásticos de uso único. Podemos interromper o fluxo – conter o fluxo disto para nossos oceanos, e assim fazendo, salvar nossos oceanos, salvar nosso planeta e a nós mesmos.
Obrigada."

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