É exatamente assim, encharcada de endorfina, que me sinto durante os passeios noturnos que faço com o pessoal do CAB (Clube dos Amigos da Bike), principalmente os de quarta, quando o percurso é mais longo e mais ousado.
Semana passada fiquei completamente extasiada ao me ver em plena Marginal do Rio Pinheiros, por volta das 22h, em meio a um enorme (e feliz) grupo de ciclistas.
Nunca fui fã de grupos, turmas, partidos, essas coisas, mas sair com esse pessoal faz com que eu me sinta segura, acolhida e, ao mesmo tempo , totalmente livre, sem cobranças, sem muitas obrigações além de pedalar e seguir o comando dos guias.
Estou muito (mal) acostumada a ter tudo sob meu controle: trabalho, filho, cachorro, vida doméstica, compras, contas, etc, e descobri que fazer esses passeios noturnos é um grande exercício de abstração, uma verdadeira meditação, com o benefício de ser também um excelente exercício aeróbico.
Por algumas horas deixo tudo de lado e me entrego ao simples prazer de pedalar, apreciar as ruas desta cidade que tanto amo, conversar fiado com quem quer que esteja ao meu lado na fila de ciclistas e obedecer os comandos dos guias. Sim, obedecer, confiar e sentir o poder do grupo tem sido extremamente benéfico para mim.
Muitas vezes, a cura está onde menos se procura. Acho que essa é a ficha que caiu para mim nos últimos dias.
Tenho repetido aqui o quanto andar de bicicleta mudou meu humor e minha vida, mas nunca pensei que através do reencontro com essa velha paixão de infância e adolescência, eu fosse também reencontrar a alegria que há muito andava perdida. Depois de anos vividos com a sensação de que tinha sido abandonada por meu espírito (que havia fugido por absoluta falta de divertimento), sinto que este finalmente está voltando a retomar seu lugar dentro de mim, pois voltei a brincar, a sorrir e a confiar, e não só em mim mesma, mas também nos outros.
Nesta última quarta-feira, fizemos um passeio muito gostoso cujo itinerário vou me esforçar para descrever o mais fielmente possível, mas podem confiar nas fotos para dar uma boa ideia de como foi.
Saímos do Parque das Bicicletas e pegamos uma paralela à Avenida Ibirapuera. Depois entramos na Vereador José Diniz, Avenida Morumbi, Ponte do Morumbi, Marginal de Pinheiros, Panamby, Giovanni Gronchi, Ponte João Dias, Marginal de Pinheiros, Avenida Roberto Marinho, Vereador José Diniz (de novo, só que no sentido contrário), Avenida Ibirapuera e, finalmente, acabamos o passeio no Parque das Bicicletas, quase duas horas e aproximadamente 30 km mais tarde.
Foi uma delícia, mas numa próxima vez não vou deixar de usar óculos, pois a poluição castiga muito os olhos.
Vamos às fotos:
Concentração no parque das bicicletas. LadyBike aguarda a saída, junto com suas amigas magrelas. |
Esperando para entrar na Avenida Ibirapuera. |
Prestes a pegar a Avenida Morumbi. |
Paradinha rápida na Ponte do Morumbi. Eu e meu inseparável casaco de boneco da Michelin. |
Voltando pela Marginal de Pinheiros, à esquerda o trem passa (mas acho que não dá para ver na foto...) |
Chegando na região da Berrini. |
Cara de levada. Minha mãe não pode nem sonhar que eu estou fazendo essas estrepolias! |
Que pena, o passeio já estava acabando... |
Beijokas da Fernanda
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